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Cinco informações essenciais para quem tem depressão

  • Foto do escritor: Matheus F. Barbosa
    Matheus F. Barbosa
  • 5 de set. de 2021
  • 4 min de leitura

A informação é o primeiro grande passo na luta contra a depressão. Infelizmente, boa parte da população brasileira desconhece os aspectos mais simples desta mazela que vitima milhares de vidas todos os anos. Saber um pouco mais sobre a natureza deste transtorno psiquiátrico possibilita que os afligidos pela doença saibam quando e onde procurar ajuda. Também poderá possibilitar aos observadores algumas intervenções saudáveis e compatíveis com o papel que desempenham, uma vez que somente a ajuda profissional possibilitará um cuidado responsável e eficaz.


A depressão é uma doença grave.

Para alguns, pode parecer uma informação velha, mas é sempre muito importante ressaltar que depressão não é meramente um estado de espírito, uma tristeza persistente, sinal de fraqueza ou simplesmente frescura. A depressão é um transtorno psiquiátrico catalogado pela medicina como uma doença gravíssima que pode colocar em risco a vida do enfermo. Trata-se de uma desordem na parte neuroquímica cerebral de desregula as emoções e facilita a permanência de sentimentos mais negativos. Para piorar a situação, existem mecanismos psicológicos que retroalimentam a depressão, ou seja, uma vez instalada, a tendência é de que o quadro piore. Portanto, é necessário entender que, sendo uma condição biológica (e psicológica), as pessoas não possuem absolutamente nenhum controle sobre a mesma, exceto decidir procurar por tratamento.


Não se trata apenas sobre o humor.


Ao pensar em depressão, é bem provável que você pense imediatamente em tristeza, certo? Pois é importante atentar-se para os outros sinais que ela manifesta, uma vez que nem sempre a tristeza persistente poderá ser tão evidenciada. Pode haver mudanças na alimentação e no peso (tanto para o excesso de comida quanto para a falta de apetite), falta ou excesso de sono, irritabilidade constante ao invés de tristeza, perda da libido, ansiedade exacerbada e sentimento de desesperança que poderá evocar os perigosos pensamentos suicidas.


Você precisa de acolhimento.

E jamais de um sermão. Este tópico é especial porque muitas pessoas desavisadas tentam ajudar a quem tem depressão por dizer “você precisa ter mais força de vontade”, ou “você precisa trabalhar mais”, ou mesmo “isso é falta de Deus”. E esse tipo de desinformação pode agravar ainda mais o quadro de depressão porque a vítima pode sentir desde frustração por não conseguir regular a doença sozinha, até culpa por estar experimentando essa condição, mesmo que não tenha a desejado. Ao menor sinal de que pessoas com essa mentalidade – de desinformação – estão ao seu redor, veja a possibilidade de afastar-se dos seus conselhos e saber identificar o quanto disfuncional essas orientações podem ser. Somente o acolhimento poderá possibilitar um caminho onde uma rede de apoio verdadeiramente solidária juntamente com os profissionais da saúde trabalharão em conjunto para o benefício do paciente, possibilitando resultados positivos a médio prazo.


Atenção especial com os pensamentos suicidas.

As ideações a respeito de tirar a própria vida podem aparecer sorrateiramente. Por mais que nos momentos de crise algumas frases explícitas como “eu quero morrer” se manifestem, existem também outras ideias mais sutis que podem acabar tomando conta das cognições do depressivo. Portanto, atente-se a ideias que num primeiro momento parecem inofensivas ou apenas estejam relacionadas à raiva, inconformismo, etc. Muitas vezes esses pensamentos podem ser a gênese de um ideário suicida mais acentuado, e a naturalização desse tipo de ideia pode escalonar para níveis onde as ideações suicidas mais explícitas também se normalizarão. Saiba sempre que a morte nunca é a solução. Existe sempre alguém que pode te ajudar e que verdadeiramente te entende.


Existe tratamento para a depressão. E funciona.

É possível que apenas o tratamento psicológico atenue muito os sintomas da depressão. Como eu já disse em algumas oportunidades nesse mesmo blog, diversos estudos apontam a terapia cognitiva e comportamental como uma ferramenta extremamente eficaz no tratamento desse transtorno. Trabalha-se com a identificação de cognições disfuncionais que facilitam a instalação de emoções (e consequentemente comportamentos) negativas, a fim de se refutar tais pensamentos para a quebra do ciclo da depressão, que é o estado cognitivo onde há a autossuficiência do transtorno. Isso poderá ser feito através do treinamento baseado no modelo cognitivo e também graças a diversas técnicas que o paciente poderá utilizar não só nos momentos de crise, mas para toda a vida.


Contudo, alguns psicofármacos podem ser fazer necessários a depender da pessoa e da gravidade do quadro. Não é necessário teme-los. Um psiquiatra responsável irá definir o melhor tratamento para você, levando em conta diversas variáveis a respeito do seu caso, modelo de vida e etc. O tratamento multidisciplinar da depressão é comum e altamente eficaz. Por fim, existem também alguns meios oficiais que podem te ajudar em momentos mais delicados, como o CVV e o CAPS da sua cidade. Se você sentir que pode estar correndo risco de vida relacionado à depressão, ligue gratuitamente:


𝐂𝐕𝐕: O Centro de Valorização da Vida é um órgão em parceria com o SUS, que disponibiliza de forma gratuita através do telefone 188 ou via Skype e chat através do website www.cvv.org.br; pessoas capacitadas para um atendimento eficaz, acolhendo os que precisam de ajuda nos momentos mais sérios de angustia. O fazem com total sigilo.


𝐂𝐀𝐏𝐒: O Centro de Atenção Psicossocial é um órgão também vinculado ao SUS, que está disponível em todas as regiões do Brasil. Verifique o endereço do CAPS da sua cidade, ou da cidade mais próxima e solicite por ajuda. Lá você pode encontrar acolhimento, atendimento psicológico, psiquiátrico e uma série de outras maneiras que lhe podem ser úteis.

 
 
 

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