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O Ciclo da Depressão

  • Foto do escritor: Matheus F. Barbosa
    Matheus F. Barbosa
  • 10 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Os apontamentos mais recentes da Organização Mundial da Saúde sobre a depressão revelam que esta é a doença mais incapacitante da atualidade. Milhares de pessoas ao redor do planeta sofrem as mazelas que acompanham a doença crônica. Não tenho conhecimento a respeito de como a população de outros países lida com a depressão, mas com certo conhecimento de causa posso afirmar que a mentalidade brasileira ainda é muito resistente aos cuidados contra a doença. Situação essa que, de maneira muito otimista, acompanho e espero por mudanças.

A depressão é um transtorno neurobiológico muito comum e de alta morbidade e mortalidade. Atinge todas as idades e gêneros. Seu tratamento deve ser multidisciplinar, contando principalmente com a atuação do psicólogo e do psiquiatra. Os principais sintomas são a tristeza, inatividade, desesperança, falta de prazer, indecisão, autocrítica exagerada e - em casos mais acentuados - o isolamento social e a ideação suicida. Sua causa ainda não é inteiramente conhecida, porém já é sabido que além do fator da hereditariedade, a amigdala e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal do cérebro são responsáveis por interpretar situações de “perigo” e “insatisfação”; e eventualmente pode acontecer de haver distorções de ocorrências da vida do paciente que causa sentimento de tristeza e outros pensamentos disfuncionais. Estes últimos são ideias negativas advindas de uma má interpretação de eventos.

A terapia cognitiva é especialmente eficaz no combate à depressão já que essas interpretações errôneas do histórico de vida e cotidiano do indivíduo causa/agrava a doença. O foco do tratamento é baseado na identificação e resposta às más interpretações de eventos e pensamentos disfuncionais. É evidente que o processo não é apenas esse, mas esta é uma porção importante da intervenção terapêutica. E uma vez que sabemos dos conceitos descritos acima, gostaria de lhes apresentar o ciclo da depressão, que na prática é o modo como a enfermidade age e se auto sustenta.

Em psicologia existe uma teoria sobre o funcionamento da mente chamado “modelo cognitivo”, que explicado de uma maneira muito simples quer dizer que o modo como nos sentimos é produto dos pensamentos automáticos que temos, e estes são resultado das crenças e interpretações do nosso histórico de vida. Além disso, precisamos compreender que quando estamos num estado emocional mais triste, temos uma tendência maior de acessarmos memórias igualmente tristes ou negativas. A partir dessas duas informações, é possível observar que, em um indivíduo acometido por depressão os pensamentos disfuncionais ocorrerão deixando-o com o humor cada vez mais distímico (deprimido), e este estado emocional irá evocar lembranças e outros pensamentos negativos que por sua vez resultará em mais distorções cognitivas e tristeza, recomeçando o ciclo sucessivamente e retroalimentando a depressão. Por isso que enxergamos a grande dificuldade dos pacientes com depressão em conseguir enfrentar a doença e se recompor emocionalmente.

Ciclo da Depressão: Tristeza > Pensamentos e Emoções Negativas > Distorções Cognitivas > Tristeza...

Então, ao observar em si ou em amigos e familiares sintomas parecidos, procure ajuda especializada. A terapia cognitivo-comportamental é cientificamente comprovada como eficaz no combate à doença. Nos momentos de crises maiores, não hesite em pedir ajuda a alguém de confiança ou ligue para o CVV – Centro de Valorização da Vida através do telefone 188 ou mesmo via website (cvv.org.br). A depressão é uma doença seríssima que pode ser tratada!

 
 
 

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