Por que a ansiedade aumenta durante a noite?
- Matheus F. Barbosa

- 5 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Nesses últimos dias notei que essa é uma pergunta frequente que algumas pessoas me fazem. Também não é incomum ver em algumas reportagens sobre o tema que durante a noite pode haver uma intensidade maior dos sintomas. Mas por que isso acontece?
Cada organismo manifesta os quadros ansiosos de maneira e intensidade diferente. Portanto, se você acha que precisa de ajuda profissional para lidar com esse problema, não hesite em procurar um psicólogo. Textos na internet servem para tirar dúvidas superficiais e para nos orientar a buscar por ajuda especializada. Não se automedique, tome cuidado com quaisquer receitas/substâncias que prometem milagres e definitivamente se afaste de pessoas sem capacitação que lhe oferecem curas inexistentes.
Então, durante minha reflexão e pesquisa para responder à pergunta do título, consegui chegar a três (de muitas possíveis) causas para o aumento da ansiedade durante a noite. As que seguem eu considero as principais responsáveis pelo processo:
1 – A Antecipação e Proximidade do Problema:
Já ouviram falar do termo “depressão de domingo à noite”? Esta é uma condição comum que várias pessoas vivenciam. Na aproximação da segunda feira elas ficam mais tristes, reflexivas e sentem algum incômodo com a chegada do início da semana. Isso se dá talvez porque as suas cognições (os nossos pensamentos) fiquem voltadas para uma situação “desconfortável” que se aproxima, como ter que levantar cedo para ir trabalhar/estudar, ir à algum compromisso, ou simplesmente se engajar em qualquer atividade que não ofereça prazer. E esses pensamentos trazem emoções compatíveis com a expectativa do evento porvir. Nossos pensamentos determinam como nos sentimos e o que fazemos.
Não necessariamente precisa ser um domingo para que essa situação seja replicada. Qualquer data em que haja a aproximação de algum assunto importante pode causar o aumento dos sintomas da ansiedade, e é bem provável que a última coisa que façamos na cama, antes de dormir, seja antever alguns problemas do dia que seguirá.
2 – Menos Distrações:
Esse aqui é autoexplicativo e casa com o item 1, sendo apenas um fator diferente que agrava a antecipação e proximidade do problema. Pode ser que a calmaria da noite traga uma atenção maior para nossas sensações internas. Na rua as pessoas fazem menos barulho, ou talvez você desligue a televisão para dormir. Quem sabe até utilize menos o celular se você for uma pessoa realmente diferenciada dos tecnoadictos. Na falta do grande número de estímulos no qual estamos acostumados durante o dia, o cérebro volta-se para o corpo evidenciando a ansiedade, quando presente.
Para conseguir adormecer com qualidade independente das distrações (ou falta delas), muitos especialistas recomendam a implementação de uma “rotina do sono”. Algumas destas recomendações seguem:
• Tente dormir pelo menos sete horas por noite.
• Abaixe a luz do seu ambiente de dormir.
• Nada de televisão ou celular.
• Tenha um horário fixo para dormir e acordar.
• Evite quaisquer atividades físicas intensas durante a noite.
Etc. Acha-se recomendações para uma boa rotina do sono aos montes no Google.
3 – Muito Estresse durante o dia:
Nenhuma novidade aqui também. Caso você seja uma pessoa sedentária e tenha elevados níveis de estresse durante o dia, seu corpo pode estar lotado de um neurotransmissor chamado cortisol na hora de dormir. Este químico é um dos responsáveis pelo estresse e pela sensação de ansiedade. Para reduzi-lo, as atividades físicas são alternativas muito recomendadas.
Baseado no modelo social desenfreado que vivemos, é muito provável que a maior parte da população global experimente todos estes fatores de uma vez só durante o cotidiano. Evidente que se houver um desequilíbrio nos níveis destas condições, a ansiedade passará a ser considerada um transtorno psiquiátrico grave, carente de tratamento e altamente prejudicial à saúde do indivíduo.




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