Síndrome do Pensamento Acelerado

A Síndrome do Pensamento acelerado é caracterizada pela velocidade anormal com que o fluxo de pensamentos perpassa pela nossa atenção, causando grande desconforto psicológico. Antes, era uma condição mais associada a pessoas com cargos executivos ou que trabalhavam sob alta carga de estresse. Contudo, esses mesmos conjuntos de sintomas foram percebidos em outros tipos de perfis, inclusive em adolescentes e crianças! Mas o que poderia causar todo esse transtorno psíquico?

A melhor hipótese sugere que graças ao nosso estilo de vida moderno – mais acelerado – os estímulos que recebemos, assim como as cobranças para exercer quaisquer atividades (desde estudar até trabalhar) são cada vez maiores. E o cérebro não consegue adaptar-se tão facilmente ao ritmo disfuncional que abraçamos imperativamente. Dito isto, aproveitando-se da corrente abundante de pensamentos, uma parte da síndrome é alimentada por uma série de cognições disfuncionais que aumentam os sintomas ansiosos que perpetuam esta condição (estresse). Para estes, a terapia cognitiva é uma opção eficaz de combate através da identificação e resposta desses estímulos.

Por outro lado, a tecnologia também colabora com um alto número de toda sorte de estímulos que deixa o cérebro cada vez mais dependente. E partir disso ele começa a funcionar cada vez mais rápido, procurando processar mais e mais esses estímulos. Podemos dizer que o cérebro faz uma adaptação problemática dessa situação.

Desde o nascimento somos bombardeados de estímulos: Televisão, celular, cores, luzes, sons, etc. O problema é que a tecnologia hoje é desenvolvida para cada vez mais prender a nossa atenção e nos bombardear com esses gatilhos. Aquela olhadinha que você dá no Instagram, WhatsApp, Twitter, Facebook, etc. a cada 10 minutos (se muito!) está caminhando para deixá-lo na situação da síndrome do pensamento acelerado.

Os pacientes deste quadro apresentam comumente problemas de memória, dificuldade de atenção e concentração, irritabilidade – principalmente com a velocidade normal das outras pessoas, que para eles são consideradas lentas demais – cansaço físico e mental, dores no corpo, cefaleia e todo tipo de distúrbio do sono. É importante deixar claro também que o autodiagnostico e tratamento por conta não são recomendados, uma vez que a síndrome, na verdade, pode indicar outros possíveis quadros e não representar o quadro nosológico por si. Lembre-se que estes informativos são apenas referências para ajudá-los a procurar por ajuda profissional. Em especial, deve-se ter cuidado com a saúde psicológica que ainda é muito negligenciada.

Uma vez que procurou um psicólogo, ele investigará outras comorbidades relacionadas, e se houverem, indicará o plano de tratamento mais eficaz. Para combater os sintomas da síndrome do pensamento acelerado é recomendada a diminuição da frequência com que se expõe a esses estímulos, tanto para diminuir as implicações biológicas e físicas dos mesmos, quanto para limitar o acesso à possíveis cognições disfuncionais que poderão gerar complicações no quadro. Além disso é indicado que o paciente programe relaxamentos durante o cotidiano, tenha acesso a músicas mais relaxantes e estímulos mais leves de modo geral. As medidas são simples e altamente eficazes.

Lembre-se também que, em se tratando de saúde, todas as medidas precisam serem postas em prática, independentemente das dificuldades cotidianas. Todos nós sabemos que muitas vezes a nossa agenda não possibilita um método preventivo tão não convencional quanto este. Mas enfim, é ciência. E saúde.